28 e 29 de julho, 2025
Ontem, teve um karaokê na casa de uma amiga, foi bem divertido, eu estava tímido como de costume ao redor de desconhecidos, umas treze pessoas - amigos em comum da nossa anfitriã. Após um tempo notei que era um pessoal legal, também tinha uma garota bem bonita, parecida com a doja cat na era Scarlet.
A caixa de som demorou pra funcionar, ela era bem grande de modo que quando funcionou sua explosão sonora foi acompanhada de gritos animados. Não demorou muito para a lista dos participantes do karaokê ficar cheia. Eu tinha encontrado logo no início uma amiga que junto comigo rende conversas sobre música por horas.
Bebi um pouco, pois é um jeito de me fazer relaxar um tanto da ansiedade social e conseguir me abrir, funciona como um 'rito de passagem' que me torna muito mais sociável, faço isso em todo começo de rolê - não que eu saia muito também, na verdade é uma parada bem rara. E assim, eu ainda não entendo direito por que, mas sempre preciso enfrentar essa barreira antes de me sentir confortável conversando com gente nova, situação que quando acontece me leva ao meu lado mais extrovertido e simpático, acho que isso é comum!? Não tenho certeza, só sei que depois de um shot de vodka e uma mistura da mesma com refri barato coloquei meu nome na lista do karaokê.
Em karaokês eu tento manter um equilíbrio entre músicas que quero cantar simplesmente porque gosto delas e músicas que quero cantar pela performance da coisa. Acho divertido envolver o pessoal com algum som que marcou época ou um momento específico da internet. Sendo assim abri minha participação com 'Watch Me' e assim, me senti de volta a 2015 quando todo mundo ao ouvir parte da letra já emendava na coreografia, que só depende de energia e total entrega pra criar ~um momento~ divertido.
O pessoal dançou e quando me enrolei na parte que ninguém lembrava a letra, improvisei um passinho diferente com a perna, uma vibe meio pateta, mas que rendeu algumas risadas. Depois disso, rolou de músicas da Disney até Evanescence. Entre conversas entrecortadas e drinks cheguei até a cantar sertanejo, certamente o ápice da minha carreira karaokêristica.
Numa dessas idas e vindas entre o salão onde rolava as músicas e a cozinha onde a galera conversava, um amigo dessa amiga que estava sempre perto de mim desde o inicio do rolê (aquela que conhece bastante de música) chega perto de mim e fala "Sabia que a Joana gosta de você né?", ele me disse isso totalmente do nada, eu fiquei meio sem reação: com um olhar de peixe perdido, ao que respondi "É mesmo? Não sabia", "Você vai ficar com ela?" veio logo em seguida só para ser respondido com um olhar desconfortável meu quando respondi que éramos só amigos.
No restante da noite não teve mais nenhuma situação esquisita como essa, mas confesso que não foi algo que ficou rodando na minha cabeça, eu estava mais preocupado em não esquecer de cantar nem que fosse uma música do Jorge Ben naquela noite. Fiz 'O Telefone Tocou Novamente'.
Lá pelo meio da noite pensei em puxar assunto com a 'doja cat', mas ela já estava conversando com outra menina a um tempo e fiquei com vergonha de chegar puxando assunto do nada, como já deve ter dado pra perceber eu realmente não gosto do fator improvisado que acompanha conversar com pessoas novas. Porém depende! Pra mim, o improviso precisa surgir de uma deixa situacional que me faça criar coragem de tomar a iniciativa. Do contrário o improviso só parece uma intromissão que quebra uma conversa, as vezes mais intimista, que já estava em andamento na qual eu só caí de paraquedas.
E é engraçado escrever isso com palavras, pois conhecer gente nova sempre exige um grau de intromissão, interesse ou singela curiosidade. O famoso 'E aí, o que você faz da vida?' ou 'como conheceu tal pessoa?'. A obviedade dessa situação sendo descrita como se fosse uma descoberta científica foda chega a ser cômica, mas ela se desenrola em múltiplas configurações na minha cabeça ansiosa, de forma que aprendi a notar a diferença entre bons momentos para entrar numa conversa ou não. Após um tempo, passei a treinar minha confiança para conseguir aproveitar essas oportunidades ao invés de continuar sendo o cara que fica no canto do salão apenas sorrindo e acenando para conhecidos. E assim, nada de errado se esse fosse o caso, porémm, nessa curta e excitante montanha-russa que é a vida, se teve uma coisa que demorei mas aprendi, foi que eu genuinamente gosto de conversar. Adoro ouvir sobre as experiências de vida dos outros e suas visões de mundo, do sabor de sorvete aos sentimentos e as facetas brilhantes do amor. Eu realmente adoro essa troca e acho que parte da graça da vida está nessa nossa capacidade incrível de comunicação, o momento: 'Eu também faço isso !!' ao descobrir um hobby aleatório, entre outras milhões de sensações que só são possíveis pela existência que passa pelo olhar e pela escuta que dividimos com outra pessoa. Tudo isso faz com que eu repreenda meu lado mais 'na minha' e me coloque em situações sociais. E assim, claro que o fator: garota bonita entra nessa equação, com a doja foi isso que rolou, ou melhor não rolou kskskks.
Sobre entrar em conversas, eu não diria que sempre acerto nesses momentos ~graças a Deus, eu sou um ser humano, não é mesmo?~ mas posso dizer que quase nunca me coloquei na posição de ser um incômodo pras pessoas, geralmente eu espero um sinal de que tudo bem se aproximar. E nessa situação que descrevi não vi esse momento, mas tudo bem também, nem acho que isso é algo que precisa existir, estou apenas relatando como minha cuca funciona, a explicação para isso é coisa pra outro dia, pois nem eu tenho a resposta.
Após relatar tudo isso, não consigo deixar de imaginar, o que leva outra pessoa a se preocupar se outras vão ficar ou não?? Pra mim parece uma pergunta invasiva (quando não é feita para alguém próximo veja bem), talvez para esse garoto poderia ser uma forma de criar um assunto? Nunca vou saber, só posso dizer que sou reservado sobre minha vida amorosa, até com meus amigos mais próximos. Ta aí outro assunto que renderia um textão. Acho melhor começar a anotar tudo isso, porque a chance de eu esquecer é quase tão grande quanto a de eu sair para uma balada sozinho. No final voltei pra casa feliz, revi amigas que não via a um tempo, bati meu recorde de músicas cantadas em um karaokê, foram 7. Tirando essa situação esquisita com o menino, foi uma noite divertida!
Ps: Essa entrada ficou realmente longa não esperava que tinha tanta coisa pra escrever . Enfim, se leu até aqui obrigado e até a próxima !